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sábado, 27 de fevereiro de 2010

A exclusão digital na era da digitalização







O termo inclusão digital deriva da expressão inglesa "digital divide", que significa "divisória digital". Algo como aqueles que estão separados pelo grau de afinidade que tem com o mundo da tecnologia e suas facilidades, daqueles que ainda não aprenderam sequer a ligar um computador.
Então, pode-se traçar um paralelo dizendo que a inclusão digital é como a alfabetização educacional. Já que quando se é alfabetizado as portas para a sociabilização são mais largas, assim também é quando se participa, no caso do Brasil, da minoria incluída digitalmente.
DADOS
Segundo o IBOPE o número de internautas cresceu 10% em junho, atingindo 36,4 milhões de pessoas. Mas, apesar dos "milhões" nos dados, outros 155,1 milhões ainda estão fora dessa estimativa. O que é o mesmo que dizer que encher as escolas de computadores não é o suficiente para aumentar a inclusão, já que em sua maioria, as escolas não possuem serviço de internet e/ou não tem profissionais qualificados para o desenvolvimento satisfatório no universo tecnológico. O Governo Federal possui 21 programas voltados para inclusão digital, desde aqueles que em parcerias com bancos e empresas, como o Casa Brasil, implantaram os telecentros que funcionam como bibliotecas digitais e atendem em torno de 210 mil pessoas por mês, até aqueles que subsidiam a oferta de computadores com acesso à internet, oferecem redução de imposto, além da linha de financiamento específica para quem quer adquirir um computador.
O INVERSO
Na mão contrária aos que seguem em direção às tendências globais da digitalização, entre os mais de 155 milhões de excluídos, está a paranaense Jandira Maria de Moraes, 41 anos, empregada doméstica e que cursou apenas o ensino básico.
Admite que ainda deseja aprender a usar os inúmeros recursos digitais disponíveis para facilitar o nosso cotidiano. "Um dia talvez, quero encontrar a minha irmã que desapareceu após o casamento, me disseram que pelo computador eu posso conseguir, diz ela em tom de esperança.
Dia desses precisei da 2ª via da conta de luz da minha casa e fui a uma lan house, pedi ao moço que tirasse para mim, ele disse que eu poderia usar qualquer computador e acessar o site da companhia de energia e lá eu teria a conta. Ele pensou que não vi, mas ele riu quando disse que não conseguia mexer naquele troço muito complicado. Não sei, mas penso que se eu tivesse aprendido a usar essas tecnologias não estaria mais trabalhando em casa de família", completou Jandira.
Há também aqueles que apesar de não entenderem bem para que serve a digitalização defendem o universo tecnológico. Exemplo disso é o senhor Orozimbo Luiz, 96 anos, que assistiu à primeira exibição da TV brasileira, ele diz não ser coisa certa, ao presenciar a conversa da neta, através do msn, com a prima, quando uma no Brasil e a outra nos EUA. Seu Orozimbo maravilhado disse: "Filha, eu não pensei que fosse viver para ver uma coisa dessas, ela está em qual lugar?, mas isso é muito bom né! na minha época, quando eu tinha a sua idade, para matar a saudade das pessoas a gente tinha que viajar umas boas léguas, à cavalo, comendo poeira, e agora olha isso!", complementou Orozimbo.

A inclusão digital hoje é muito mais necessidade que status. O mundo caminha a passos largos e o dia com 24h parece muito pequeno para tantos afazeres. A digitalização é um meio eficiente para que todos consigam atingir os seus objetivos cotidianos.

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