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quinta-feira, 1 de setembro de 2011


LEI SECA BRASILEIRA

A CAMINHO DO 1º MUNDO


Desde que foi normatizada, a popularmente chamada “lei seca” trouxe, além de polêmica, muitos saldos positivos. A exemplo de países do 1º mundo como os Estados Unidos e a Inglaterra, a lei brasileira contra aqueles que fazem uso de alguma substância tóxico-entorpecente e assumem o volante tornou-se mais severa e consistente.

O Brasil estava caminhando para o caos no trânsito enfrentado, por exemplo, pela Rússia. Esse país possui um dos piores índices de insegurança no trânsito, alcançando a marca de 33 mil pessoas mortas nesse tipo de acidente no ano de 2007.

A lei na verdade consta de uma proibição oficial do período em que a fabricação, transporte, importação, exportação e venda se torna ilegal ou simplesmente não permitido, além de prever punição severa aos que dirigem embriagados. O texto antigo previa a concentração limite de 6 decigramas por litro de sangue. Não foi suficiente para reduzir os números de “assassinatos” ocorridos no trânsito. A nova redação traz a tolerância zero, admitindo-se apenas a margem de erro do bafômetro de 2 decigramas.

Não se defende que a lei 11.705/2008 é isenta de lacunas que podem proporcionar recursos legais, mas os dados comprovam que sua eficácia apesar do pouco tempo de vida é superior aos possíveis erros cometidos pelo legislador. Pode ser arbitrário exigir que alguém forneça provas contra si, mas mais absurdamente arbitrário é dirigir bêbado atropelando, morrendo ou matando pessoas inocentes.

A especulação de que a lei é feita apenas para alguns foge à realidade, já que todos aqueles que decidirem por pegar o volante estão assumindo junto a isso o risco de matar ou morrer, pois comprovadamente todos os reflexos do motorista são alterados, o aumento considerável de sono, alteração na coordenação motora e a depressão respiratória são só mais alguns dos fatores negativos que contribuem para o aumento do perigo.

Soma-se a isso o fato de que a lei não prevê nenhuma exclusão. Ela foi feita para todos e por todos. Através de dados colhidos pela Organização Mundial da Saúde sabe-se que a morte de 1,8 milhão de pessoas está ligada diretamente ao consumo de álcool. Cerca de 2/3 das vítimas de acidente de trânsito estavam alcoolizadas.

O trabalho das equipes de socorro e resgate também tem sido poupado após a implantação da “lei seca”. Equipes como o SAMU, espalhadas pelo país, registraram queda de 24 a 40% nas chamadas de acidentes de trânsito.

Isso significa 200 a 300 mil pessoas a menos com lesões graves, significa economia de recursos hospitalares para o estado, recursos de reabilitação e manutenção da capacidade produtiva dessas pessoas em prol delas mesmas e da sociedade.

Apesar de ajustes que devem ser feitos, a lei 11.705/2008 vem se comportando muito bem e aqueles que decidem beber um pouco mais ainda tem, em alguns estabelecimentos de lazer, a mordomia de um transporte guiado por alguém capaz de dirigir com segurança.



A MORAL OU A FALTA DELA NO JORNALISMO

Como estudantes qualificam o jornalismo da televisão brasileira

Por Raquel Gonçalves

Com base em dados colhidos na faculdade Anhanguera, podemos perceber que os pretensos profissionais de outras áreas estão mais ligados no jornalismo puro do que se imagina.

A ética é definida como algo que não vá de encontro aos valores sociais e pessoais, que não fira o orgulho ou a moral das pessoas que consomem a notícia.

Não é de hoje que se confunde jornalismo com sensacionalismo, jornalismo com entretenimento. E isso, até do ponto de vista de pessoas alheias à área, é prejudicial.

A noção que é passada para nós telespectadores é que tudo é jornalismo, desde Jornal Nacional até o programa da Luciana Gimenez, o Super Pop. Sendo que na verdade, o jornalismo tem que ter, além de um compromisso com a verdade, o compromisso com o respeito a quem está assistindo”, disse Regina Stopa, estudante do curso de farmácia.

Percebe-se claramente que o anseio é por qualidade e não quantidade. Quando perguntada sobre programas como “Balanço Geral”, “Pânico na T.V”, “CQC” e “Programa do Jô”, ela respondeu que a diferença é enorme, “Não há como comparar o Jô com esse CQC, que explora a inocência e postura das pessoas, que nem tem coragem de rebater, tamanho o desacato à moral”, disse a estudante.

A estudante ainda cita como exemplo de falta de ética, as vídeo – cacetadas exibidas no “Programa do Faustão”, para ela esse tipo de quadro fere o parâmetro de jornalismo e quem está assistindo perde a referência do que é na verdade.

Talvez, como aconteceu com a obrigatoriedade da exibição de faixa etária no início dos programas, se o telespectador pudesse ser informado do que vai assistir, se jornalismo, se entretenimento, se sensacionalismo, além de poder realmente escolher o que lhe interessa, ainda teria a oportunidade de conhecer como se faz jornalismo de fato.



Transplante de córnea




VOLTAR A VER, VOLTAR A VIVER




Banco de olhos em Sorocaba, São Paulo, devolve qualidade de vida à pacientes sem muitas esperanças de enxergar outra vez.



Muitas vezes o desconhecimento é sinônimo para desesperança. Mas existem grupos, associações e instituições que proporcionam o resgate da qualidade de vida. Uma delas é o Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), que fundou em 1995, o Hospital Oftalmológico de Sorocaba.

O BOS existe há mais de 30 anos e é uma dessas instituições. Com o privilégio de ser filantrópica, ou seja, não visa lucro em seus procedimentos. Com o slogan “O futuro é sempre grande para aqueles que enxergam longe”, o grupo, que vai além de um captador de córneas para transplante, desenvolve atividades nas áreas de saúde, pesquisa, meio ambiente, e ensino.


Sorocaba, São Paulo e Campinas são as regiões onde o BOS, principal captador de córneas do Brasil, atua. Esse grupo fez do Hospital Oftalmológico de Sorocaba uma referência em transplantes de córnea.


Devido à captação eficiente, o transplante de córnea feito pelo BOS é o mais rápido e um dos mais respeitados do país, realizando mais de 60 % dos atendimentos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), cerca de trezentos transplantes por mês. Foi o primeiro hospital especializado que teve o programa de qualidade reconhecido pelo Ministério da Saúde.


Apesar de o banco de córneas do BOS ser excelência, não procede a informação de que há sobra dessas doações. "O que há, é que quando não atingido o número de transplantes para o número de doações, as córneas não são descartadas, mas notificadas para a central nacional de transplantes que fará a distribuição conforme necessidade das sub-regionais dentro do estado de São Paulo", conforme explica Dijalma Cestaro, chefe de enfermagem do BOS.


Dijalma esclarece, ainda, quais são as doenças visuais passíveis de transplante. São elas: A ceratocone, doença progressiva e degenerativa da córnea que a torna mais fina e com formato cônico, úlcera de córnea, além de qualquer acidente que cause lesão definitiva, como por exemplo, acidentes com solda.


Solange Cristina, hoje com 35 anos, foi vítima do ceratocone que, segundo o Dr. Antônio Carvalho, Vice-Presidente do Banco de Olhos de Brasília e membro do grupo Pacini, afeta uma em cada mil pessoas e começa, na maioria das vezes, na adolescência. “Quando eu estava com 16 anos comecei a notar algo estranho nos meus olhos, a visão embasava, arranhava e os olhos doíam, lembra Solange”.


O diagnóstico


São vários os exames para o diagnóstico, mas o principal é a ceratoscopia ou topografia de córnea, exame que custa em média R$ 3 mil. “Minha peregrinação começou na adolescência, mas apenas durante o pré-natal da minha filha Júlia eu consegui um encaminhamento para o Hospital de Base que me chamou quando ela já estava com dois anos. Ainda assim, não deram importância para o meu problema, até que conheci, através de mensagens dos amigos pela internet, o BOS. Então, liguei sem muita esperança, pois já havia se passado 15 anos desde que comecei a buscar tratamento, a doença já tinha evoluído bastante e eu enxergava apenas vultos. Surpreendi-me quando a atendente me disse que eu estaria marcada para daquele dia a dois meses. Até aquela data, não sabia que poderia contar com o SUS. Consegui ajuda financeira dos familiares e fui no dia marcado”, conta Solange.


O tratamento


Ao chegar ao BOS, em torno do meio dia, observei uma fila enorme. Fiquei apreensiva pensando que só sairia dali à noite, mas quando os portões se abrem, cada grupo é separado por horário marcado e saí de lá realmente à noite, mas com todos os exames feitos e os resultados na minha mão. Quando voltei à Brasília, busquei o laudo médico que necessitava como encaminhamento, recebi a ligação do Banco de Olhos de Sorocaba e descobri que o SUS funciona, só não há divulgação eficiente para que o cidadão carente possa usar. Retornei todas as vezes seguintes à Sorocaba com passagens pagas pelo SUS e uma ajuda de custos de R$15 por dia. Do primeiro contato com o BOS até o dia do transplante foram menos de três meses. Nunca tinha sido tão bem tratada e em um lugar bacana como é o BOS”, explica Solange.


A visão pós-transplante


Solange conta que após a retirada do curativo, algumas horas depois da cirurgia, ela conseguiu ler o nome do médico em seu jaleco. “Foi uma emoção, que parecia que tinha nascido de novo”, conta ela emocionada. O próximo passo será o transplante do outro olho, que segundo Solange, já está bem encaminhado.