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quinta-feira, 1 de setembro de 2011


Transplante de córnea




VOLTAR A VER, VOLTAR A VIVER




Banco de olhos em Sorocaba, São Paulo, devolve qualidade de vida à pacientes sem muitas esperanças de enxergar outra vez.



Muitas vezes o desconhecimento é sinônimo para desesperança. Mas existem grupos, associações e instituições que proporcionam o resgate da qualidade de vida. Uma delas é o Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), que fundou em 1995, o Hospital Oftalmológico de Sorocaba.

O BOS existe há mais de 30 anos e é uma dessas instituições. Com o privilégio de ser filantrópica, ou seja, não visa lucro em seus procedimentos. Com o slogan “O futuro é sempre grande para aqueles que enxergam longe”, o grupo, que vai além de um captador de córneas para transplante, desenvolve atividades nas áreas de saúde, pesquisa, meio ambiente, e ensino.


Sorocaba, São Paulo e Campinas são as regiões onde o BOS, principal captador de córneas do Brasil, atua. Esse grupo fez do Hospital Oftalmológico de Sorocaba uma referência em transplantes de córnea.


Devido à captação eficiente, o transplante de córnea feito pelo BOS é o mais rápido e um dos mais respeitados do país, realizando mais de 60 % dos atendimentos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), cerca de trezentos transplantes por mês. Foi o primeiro hospital especializado que teve o programa de qualidade reconhecido pelo Ministério da Saúde.


Apesar de o banco de córneas do BOS ser excelência, não procede a informação de que há sobra dessas doações. "O que há, é que quando não atingido o número de transplantes para o número de doações, as córneas não são descartadas, mas notificadas para a central nacional de transplantes que fará a distribuição conforme necessidade das sub-regionais dentro do estado de São Paulo", conforme explica Dijalma Cestaro, chefe de enfermagem do BOS.


Dijalma esclarece, ainda, quais são as doenças visuais passíveis de transplante. São elas: A ceratocone, doença progressiva e degenerativa da córnea que a torna mais fina e com formato cônico, úlcera de córnea, além de qualquer acidente que cause lesão definitiva, como por exemplo, acidentes com solda.


Solange Cristina, hoje com 35 anos, foi vítima do ceratocone que, segundo o Dr. Antônio Carvalho, Vice-Presidente do Banco de Olhos de Brasília e membro do grupo Pacini, afeta uma em cada mil pessoas e começa, na maioria das vezes, na adolescência. “Quando eu estava com 16 anos comecei a notar algo estranho nos meus olhos, a visão embasava, arranhava e os olhos doíam, lembra Solange”.


O diagnóstico


São vários os exames para o diagnóstico, mas o principal é a ceratoscopia ou topografia de córnea, exame que custa em média R$ 3 mil. “Minha peregrinação começou na adolescência, mas apenas durante o pré-natal da minha filha Júlia eu consegui um encaminhamento para o Hospital de Base que me chamou quando ela já estava com dois anos. Ainda assim, não deram importância para o meu problema, até que conheci, através de mensagens dos amigos pela internet, o BOS. Então, liguei sem muita esperança, pois já havia se passado 15 anos desde que comecei a buscar tratamento, a doença já tinha evoluído bastante e eu enxergava apenas vultos. Surpreendi-me quando a atendente me disse que eu estaria marcada para daquele dia a dois meses. Até aquela data, não sabia que poderia contar com o SUS. Consegui ajuda financeira dos familiares e fui no dia marcado”, conta Solange.


O tratamento


Ao chegar ao BOS, em torno do meio dia, observei uma fila enorme. Fiquei apreensiva pensando que só sairia dali à noite, mas quando os portões se abrem, cada grupo é separado por horário marcado e saí de lá realmente à noite, mas com todos os exames feitos e os resultados na minha mão. Quando voltei à Brasília, busquei o laudo médico que necessitava como encaminhamento, recebi a ligação do Banco de Olhos de Sorocaba e descobri que o SUS funciona, só não há divulgação eficiente para que o cidadão carente possa usar. Retornei todas as vezes seguintes à Sorocaba com passagens pagas pelo SUS e uma ajuda de custos de R$15 por dia. Do primeiro contato com o BOS até o dia do transplante foram menos de três meses. Nunca tinha sido tão bem tratada e em um lugar bacana como é o BOS”, explica Solange.


A visão pós-transplante


Solange conta que após a retirada do curativo, algumas horas depois da cirurgia, ela conseguiu ler o nome do médico em seu jaleco. “Foi uma emoção, que parecia que tinha nascido de novo”, conta ela emocionada. O próximo passo será o transplante do outro olho, que segundo Solange, já está bem encaminhado.


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